sábado, 4 de setembro de 2010

Amar sem esperar reciprocidade é uma doença silenciosa e traiçoeira como o cancro;quando damos por isso,o mal causado já se espalhou de tal forma que não é possível escapar. Eu escapei. Escapei ao fim de... longos anos de calvário auto-infligido... tu foste a minha última miragem,o derradeiro de todos os cavaleiros andantes,porventura o mais belo,construido pela minha paixão obstinada em perseguir um ideal, e seguramente o mais fraco quando, por fim, te consegui ver sem ser em cima do cavalo....
Estes e outros raciocínios do mesmo tipo denotam uma índole insegura e profundamente egoísta. Nunca sabes o que queres e vives tão perdido nas tuas dúvidas que nem sequer consegues perceber o mal que podes inflingir aos outros. Faltam-te generosidade e empatia, bem como aquela qualidade tão rara quanto digna a que os ingleses chamam kindness....
Só Deus sabe o caminho que percorri e quantas vezes tropecei para chegar até aqui.
A tua natureza fugidia e arisca não é a tua primeira natureza, antes uma reacção à realidade que te confrontaste. Nunca te habituaste a dar.

Quis tanto que tu me amasses... não se pode querer isso dos outros, é uma violência para eles e para nós própios. Uma violência e um disparate. Tu foste a minha grande aposta e a minha maior decepção.